Classificação pelo GHS

GHS – The Globally Harmonized System of Classification and Labelling of Chemicals – Sistema Harmonizado Globalmente para a Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos.

O GHS não é uma regulamentação. O GHS também conhecido como “Purple Book” é composto por requisitos técnicos de classificação e de comunicação de perigos, com informações explicativas sobre como aplicar o sistema.

O GHS integra o trabalho técnico de três organizações: OIT, OECD e UNCETDG, com informações explicativas, fornece blocos para construção ou módulos de implantação para os órgãos reguladores desenvolverem ou modificarem programas nacionais existentes que garantam o uso seguro de produtos químicos ao longo de todo seu ciclo de vida.

Muitos países, órgãos e agências reguladoras já têm sistemas implantados para cumprir todos ou alguns dos objetivos estabelecidos pelo GHS. Esses sistemas, no entanto, nem sempre são compatíveis, o que obriga as empresas a manter vários critérios de classificação para atender as exigências de diferentes agências reguladoras dos países para os quais exportam seus produtos.

A força mais importante que motivou a criação do GHS foi o Mandato Internacional, adotado na Convenção das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), a Eco 92, realizada entre 3 e 14 de junho de 1992 no Rio de Janeiro, onde seu principal objetivo era buscar meios de conciliar o desenvolvimento sócio-econômico com a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra.

O principal documento produzido na Eco 92 foi a agenda 21. A Agenda 21 é um documento que estabeleceu a importância de cada país a se comprometer a refletir, global e localmente, sobre a forma pela qual governos, empresas, organizações não-governamentais e todos os setores da sociedade poderiam cooperar no estudo de soluções para os problemas sócio-ambientais.

O capitulo 19 da agenda 21 cita: “27. Um sistema globalmente harmonizado de classificação de perigos e um sistema compatível de rotulagem, incluindo folha de informação de segurança de produto e símbolos facilmente compatíveis, deve estar disponível, se factível, no ano 2000.”. A harmonização internacional dos conceitos é uma tentativa de viabilizar o desenvolvimento de programas nacionais abrangentes que garantam o uso seguro de produtos químicos em todo o mundo.

Quatro sistemas existentes foram considerados principais e formaram as bases primárias para o GHS:

– Recomendações ONU para o transporte de Produtos Perigosos;

– Requisitos para Local de Trabalho, Consumidores e Pesticidas (USA);

– Diretivas da União Européia para Substâncias e Preparados Perigosos e

– Requisitos para Local de Trabalho, Consumidores e Pesticidas (Canadá).

Apesar de não serem considerados principais, requisitos de outros sistemas também foram examinados e levados em conta, quando apropriado, na medida em que as propostas foram desenvolvidas.

O GHS é aplicado para todos os produtos químicos perigosos. Não há isenções completas no âmbito do GHS para tipo particular de substâncias ou de produto químico. O termo “produto químico” é usado amplamente para designar substâncias, produtos, misturas, preparados ou quaisquer outros termos usados nos sistemas existentes.

O objetivo do GHS é identificar os perigos intrínsecos de substâncias e misturas químicas e transmitir informações sobre esses perigos. O GHS não se propõe a harmonizar procedimentos ou decisões de gerenciamento de riscos.

A necessidade de rótulos e/ou FISPQ’s de acordo com o GHS deverá variar por categoria de produto ou estagio do ciclo de vida do produto químico, da pesquisa e produção ao uso final. Medicamentos, aditivos alimentares, cosméticos e resíduos de pesticidas em alimentos, por exemplo, não serão cobertos pelo GHS para as finalidades a que se destinam, mas serão cobertos em situações em que os trabalhadores possam ser expostos, como nos locais de trabalho e no transporte. Além disso, o uso medicinal humano ou veterinário de produtos farmacêuticos não constitui parte dos sistemas existentes de comunicação de perigos e é geralmente endereçado às bulas internas. Similarmente, os alimentos não são rotulados de acordo com os sistemas de comunicação de perigos existentes. Os requisitos para rotulagem e FISPQ’s continuarão a ser definidos em regulamentações nacionais.

Classes de perigo segundo o GHS:

Perigos Físicos:

Substâncias, misturas e artigos explosivos

Gases Inflamáveis

Gases Oxidantes

Gases Sob pressão

Líquidos inflamáveis

Sólidos inflamáveis

Substâncias e misturas auto-reativas – sujeitas a combustão espontânea

Líquidos pirofóricos

Sólidos pirofóricos

Substâncias e misturas que apresentam auto-aquecimento

Substâncias e misturas que, em contato com a água, desprendem gases inflamáveis

Líquidos oxidantes

Sólidos oxidantes

Peróxidos orgânicos

Corrosivo para metais

Perigos a saúde humana:

Toxicidade Aguda

Corrosão e irritação a pele

Lesões Oculares Graves / irritação ocular

Sensibilização respiratória ou da pele

Mutagenicidade em células germinativas

Carcinogenicidade

Toxicidade a reprodução e lactação

Toxicidade para órgãos-alvo específicos – Exposição única

Toxicidade para órgãos-alvo específicos – Exposição repetida

Perigo por aspiração

Perigos ambientais:

• Perigo ao ambiente aquático

• Toxicidade aquática crônica

Símbolos/Pictogramas de perigo segundo o GHS:

Bibliografia:

Associação Brasileira da Indústria Química. Departamento de Assuntos Técnicos. O que é o GHS? Sistema harmonizado globalmente para a classificação e rotulagem de produtos químicos. São Paulo: ABIQUIM/DETEC; 2005.

Sistema de classificação de perigo. In: Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 14725-2. Produtos químicos: Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente. Rio de Janeiro: ABNT;2009. Parte 2.

Sistema de classificação de perigo. In: Associação Brasileira de Normas Técnicas. ABNT NBR 14725-3. Rotulagem. Rio de Janeiro: ABNT;2009. Parte 3.



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